oque e exu ?
oque e exu ?

 

 

LAROYÊ EXU!

 
Muito se fala a respeito dos Exus, mas pouco se entende. Tendo isto em vista, vamos tentar colocar em palavras mais simples a respeito dos mesmos.

 

Exus são espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram em encarnações anteriores cometidos vários crimes ou viveram de modo a prejudicar seriamente sua evolução espiritual, sendo assim estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda.

 

 

São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, crianças e caboclos, são servidores dos Orixás.

 

Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens que lhe são passadas. Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações.

Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc. de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhosCiganos, Baianos, etc), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.

Exú é Mau?

Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar.

 

Exú é neutro, quem faz o mal são os médiuns que utilizam os Exús para fazerem trabalhos que prejudiquem outras pessoas.

Na verdade o mal ou o bem, como já afirmamos é produto da vontade e da evolução do próprio homem e Exu esta acima do bem e do mal, sentimentos esses pertencentes a evolução humana.

Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios.

Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios.

As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.

De um texto extraído do livro “ O Guardião da Meia- Noite” podemos ter uma idéia de quem é Exú:

 

“Não derrubo quem não merece, nem elevo quem não fizer por merecer.

Não traio ninguém, mas não deixo de castigar um traidor.

Não castigo um inocente, mas não perdôo um culpado.

Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor.

Não salvo a quem quer perder-se, mas não ponho a perder quem quer salvar-se.

Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer matar-se.

Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder.

Não pego o poder do Senhor da Luz, mas não recuso o poder do Senhor das Trevas.

Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastar.

Não ajudo quem não quer ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer.
Sirvo à Luz. Mas também sirvo às Trevas.

No meu reino eu mando e sei me comportar.

Não peço o impossível, mas dou o possível.
Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram.
Só respeito a Lei do Grande da Luz e das Trevas e nada mais.


Mas Então Quem É Exu?


Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral.

No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério Exu.

Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.

Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.

Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.

Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos.

A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras.

É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas, podem aparecer como "guardas". Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos, chapéus, etc.

Eles têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc.

Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exu.

Algumas palavras sobre os exus:

· Tem palavra e a honram;
· Buscam evoluir;
· Por sua função cármica de Guardião, sofrem com os constantes choques energéticos a que estão expostos;
·Afastam-se daqueles que atrasam a sua evolução;
·Estas Entidades mostram-se sempre justas, dificilmente demonstrando emotividade, dando-nos a impressão de serem mais "Duras" que as demais Entidades;
·São caridosas e trabalham nas suas consultas, mais com os assuntos Terra a Terra;
· Sempre estão nos lugares mais perigosos para a Alma Humana;

“Pela Misericórdia de DEUS, que me permitiu a convivência com essas Entidades desde a adolescência, através dos mais diferentes filhos de fé, de diferentes terreiros, aprendi a reconhecê-los e dar-lhes o justo valor. Durante todos estes anos, dos EXÚS, POMBO-GIRAS e MIRINS recebi apenas o Bem, o Amor, a Alegria, a Proteção, o Desbloqueio emocional, além de muitas e muitas verdadeiras aulas de aprendizado variado. Esclareceram-me, afastando-me gradualmente da ILUSÃO DO PODER. Nunca me pediram nada em troca. Apenas exigiram meu próprio esforço. Mostraram-me os perigos e ensinaram-me a reconhecer a falsidade, a ignorância e as fraquezas humanas. Torno a repetir, jamais pediram algo para si próprios. Só recebi e só vi neles o Bem.”

 

Testemunho de um Pai-de-Santo.

Método e Atuação dos Exus


A maneira dos Exus atuarem, às vezes nos choca, pois achamos que eles devem ser caridosos, benevolentes, etc. Mas, como podemos tratar mentes transviadas no mal? Os exus usam as ferramentas que sabem usar: a força, o medo, as magias, as capturas, etc.

 

Os métodos podem parecer, para nós, um pouco sem "amor", mas eles sabem como agir quando necessitam que a Lei chegue às trevas.

Eles ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não impedem aqueles que querem "cair" nas trevas. Quando a Lei deve ser executada, Eles a executam da melhor maneira possível doa a quem doer.

Os exus, como executores da Lei e do Karma, esgotam os vícios humanos, de maneira intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio veneno, como se fosse a picada de uma cobra venenosa. Assim, muitos vícios e desvios, são combatidos com eles mesmos. Um exemplo, para ilustrar:

Uma pessoa quando está desequilibrada no campo da fé, precisa de um tratamento de choque. Normalmente ela, após muitas quedas, recorre a uma religião e torna-se fanática, ou seja, ela esgota o seu desequilíbrio, com outro desequilíbrio: a falta de fé com o fanatismo. Parece um paradoxo? Sim, parece, mas é extremamente necessário.

Outro exemplo é o vicio as drogas, onde é preciso de algo maior para esgotar este vicio: ou a prisão, a morte, uma doença, etc.

A Lei é sempre justa, às vezes somente um tratamento de choque remove um espírito do mau caminho. E são os exus que aplicam o antídoto para os diversos venenos.

Os Exus estão ligados de maneira intensiva com os assuntos terra-a-terra (dinheiro, disputas, sexo, etc.). Quando a Lei permite, Eles atendem aos diversos pedidos materiais dos encarnados.

 

Existem algumas coisas com as quais um guia da direita (caboclo, preto-velho) não lida, mas quando se pede a um Exu, ele vai até essa sujeira, entra e tira a pessoa do apuro.

Se tiver alguém para te assaltar ou te matar, os Exus te ajudam a se livrar de tais problemas, desviando o bandido do seu caminho, da mesma forma a Pomba-Gira, não rouba homem ou traz mulher para ninguém, são espíritos que conhecem o coração e os sentimentos dos seres humanos e podem ajudar a resolver problemas conjugais e sentimentais.

Para finalizar, se você vier pedir a um Exú de Lei para prejudicar alguém, pode estar certo que você será o primeiro a levar a execução da Justiça. Mas, se você não estiver em um templo sério, e a entidade travestida ou disfarçada de Exú aceitar o seu pedido... Bom, quando esta vida terminar, e você for para o outro lado... Você será apenas cobrado!

As Pombo-Giras

O termo Pombo-Gira é corruptela do termo "Bombogira" que significa em Nagô, Exu. A origem do termo Pomba-Gira, também é encontrada na história.No passado, ocorreu uma luta entre a ordem dórica e a ordem iônica. A primeira guardava a tradição e seus puros conhecimentos. Já a iônica tinha-os totalmente deturpados. O símbolo desta ordem era uma pomba-vermelha, a pomba de Yona. Como estes contribuíram para a deturpação da tradição e foi uma ordem formada em sua maioria por mulheres, daí a associação.

Se Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira? Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. Que Pomba-Gira é mulher de Sete Exus! As distorções e preconceitos são características dos seres humanos, quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os.

Pombo-Gira é um Exu Feminino, na verdade, dos Sete Exus Chefes de Legião, apenas um Exu é feminino, ou seja, ocorreu uma inversão destes conceitos, dizendo que a Pombo-gira é mulher de Sete Exus e, por isso, prostituta.É claro que em alguns casos, podem ocorrer que uma delas, em alguma encarnação tivesse sido uma prostituta, mas, isso não significa que as pombo-giras tenham sido todas prostitutas e que assim agem.

A função das pombo-giras, está relacionada à sensualidade. Elas frenam os desvios sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e evitam as destruições.

A sensualidade desenfreada é um dos "sete pecados capitais" que destroem o homem: a volúpia. Este vicio é alimentado tanto pelos encarnados, quanto pelos desencarnados, criando um ciclo ininterrupto, caso as pombo-giras não atuassem neste campo emocional.

As pombo-giras são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como qualquer exu, executoras da Lei e do Karma. São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a maioria das más intenções.

Devemos conhecer cada vez mais o trabalho dos guardiões, pois eles estão do lado da Lei e não contra ela. Vamos encará-los de maneira racional e não como bichos-papões. Eles estão sempre dispostos ao esclarecimento. Através de uma conversa franca, honesta e respeitosa, podemos aprender muito com eles.

 
 

Ze Pelintra

(Scox) - Zé Pelintra é um espirito desencarnado há muitas décadas, que teve a missão do plano espiritual de trabalhar para a prática da caridade e para o progresso da humanidade. Seu Zé, desenvolve seus trabalhos espirituais dentro da ritualística umbandista e também no Catimbó Nordestino.

Zé Pelintra, surgiu na Umbanda, primeiramente nas giras de Exú, firmando seu ponto e seu reinado como Exú Zé Pelintra. Mais tarde, passou a integrar também a linha dos baianos, em homenagem as suas manifestações no Catimbó do Nordeste Brasileiro.

Características

Arma Trabalha muito com bonecos, agulhas, cocos, pemba, ervas, frutas, frango, velas, etc..
Bebida A direita, bebe marafo, batidas e pinga de coquinho, pela esquerda, marafo, conhaque e uísque
Fuma A direita, fuma cigarros ou cigarilhas, pela esquerda fuma charutos
Guia podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de cabra até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.
Indumentária Calça branca, sapato branco (ou branco e vermelho), seu terno branco, sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha ou chapéu de palha e finalmente sua bengala.
Lugar Seu ponto de força é na porta do cemitério, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos Pretos-Velhos e Exús. Sua imagem fica sempre na porta de entrada no terreiro, pois ele é quem toma conta das portas, das entradas, etc..

Existem diferenças entre Umbanda e Catimbó.

A Umbanda é uma religião Brasileira, possui um pouco de Catolicismo, Espiritismo, Pajelança e culto aos Orixás. Tem manifestaçoes de pretos velhos, caboclos, baianos, marinheiros, boiadeiros e exús.

O catimbó é um culto regional do Nordeste, onde existem manifestações de espiritos que viveram principalmente naquela região do Brasil, e que são chamados de Mestres Catimbozeiros. Seu Zé Pelintra, assim como outros guias que trabalham no Catimbó, trabalham também na umbanda. Em alguns lugares, sobretudo São Paulo, manifesta-se como Baiano. No Rio de Janeiro é cultuado como Exu e por vezes Malandro.

No Catimbó ele é Mestre, e por ser uma entidade diferente das que são cultuadas na umbanda, ele não trabalha numa linha específica, porém, sua participação mais ativa seria na gira de baianos, exus e, em raros casos, pretos velhos. Seu Zé pode aparecer, portanto, em qualquer linha de gira, desde que seu trabalho seja realmente necessário.

Apesar de ser um espírito "boêmio", "malandro" e brincalhão, este ente de luz, trabalha com seriedade e mesmo com a fama que possui, de beberrão, não é bem assim que as coisas funcionam. Seu Zé, exige muito de seus médiuns, por seriedade, responsabilidade e outras virtudes e é o primeiro guia que se afasta do médium quando este não segue seus conselhos e não adota a boa moral e conduta pregada por ele, ou seja, um "cavalo de Seu Zé", deve ser honesto, trabalhar com firmeza para o bem, para a caridade, não pode ser adúltero, beberrão, pois ele não admite isso de seu médium.

História

José dos Anjos, nascido no interior de Pernambuco, era um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão. Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito. Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sózinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam.

Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bondoso, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.

Sua vida era a noite. Sua alegria, as cartas, os dadinhos a bebida, a farra, as mulheres e por que não, as brigas. Jogava para ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava, mandava embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrário, aos falsos espertos, os que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava os verdadeiros otários. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propósito quando as apostas ainda eram baixas e os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo aguardente, cerveja, vermouth, e outros alcoólicos que aparecessem.

O encontro Zé Pilintra e Lampião

Um dia desses, passeando por Aruanda, escutei um conto muito interessante. Uma história sobre o encontro de Zé Pelintra com Lampião.

Dizem que tudo começou quando Zé Pelintra, malandro descolado na vida, tentou aproximar - se de Maria Bonita, pois a achava uma mulher muito atraente e forte, como ele gostava. Virgulino, ou melhor, Lampião, não gostou nada da história e veio tirar satisfação com o Zé:

- Então você é o tal do Zé Pelintra? Olha aqui cabra, devia te encher de bala, mas não adianta.Tamo tudo morto já! Mas escuta bem, se tu mexer com a Maria Bonita de novo, vou dá um jeito de te mandar pro inferno.

- Inferno? Hahahaha, eu entro e saiu de lá toda hora, num vai ser novidade nenhuma pra mim!_ respondeu o malandro _ Além do mais, eu nem sabia que a gracinha da "Maria" tinha um "esposo"! Então é por isso que ela vive a me esnobar!

- Gracinha? Olha aqui cabra safado, tu dobre a língua pra falar dela, se não tu vai conhecer quem é Lampião! _ disse Virgulino puxando a peixeira, já que não era e nunca seria, um homem de muita paciência.

- Que isso homem, tá me ameaçando? Você acha que aqui tem bobo?_ e Zé Pelintra estralou os dedos, surgindo toda uma falange de espíritos amigos do malandro, afinal ele conhecia a fama de Lampião e sabia que a parada era dura.

Mas Lampião que também tinha formado toda uma falange, ou bando, como ele gostava de chamar, assoviou como nos tempos de sertão e toda um "bando" de cangaceiros chegaram para participar da briga. A coisa parecia já não ter jeito, quando um espírito simples, com um chapéu na cabeça, uma camisa branca, cabelos enrolados, chegou dizendo:

- Oooooooxxxxxx! Mas o que que é isso aqui? Compadre Lampião põe essa peixeira na bainha! Oxente Zé, tu não mexeu com Maria Bonita de novo, foi? Mas eu num tinha te avisado, ooooxx, recolhe essa navalha, vamo conversar camaradas.

- Nada de conversa, esse cabra mexeu com a minha honra, agora vai ter! - Disse Lampião enfurecido!

- To te esperando olho de vidro! - respondeu Zé Pelintra.

- Pera aí! Pela amizade que vocês dois tem por mim, "Severino da Bahia", vamo baixar as armas e vamo conversar, agora!

Severino era um antigo babalorixá da Bahia, que conhecia os dois e tinha muita afeição por ambos. Os dois por consideração a ele, afinal a coisa que mais prezavam entre os homens era a amizade e lealdade, baixaram as armas. Então Severino disse:

- Olha aqui Zé, esse é o Virgulino Ferreira da Silva, o compadre Lampião, conhecido também como o "Rei do Cangaço". Ele foi o líder de um movimento, quando encarnado, chamado Banditismo ou Cangaço, correndo todo o sertão nordestino com sua revolta e luta por melhores condições de vida, distribuição de terras, fim da fome e do coronelismo, etc. Mas sabe como é, cometeu muitos abusos, acabou no fim desvirtuando e gerando muita violência.

- É, isso é verdade. Com certeza a minha luta era justa, mas os meios pelo qual lutei não foram, nem de longe, os melhores. Tem gente que diz que Lampião era justiceiro, bem.Posso dizer que num fui tão justo assim_ disse Lampião assumindo um triste semblante.

- Eu sei como é isso. Também fui um homem que lutou contra toda exploração e sofrimento que o pobre favelado sofria no Rio de Janeiro. Nasci no Sertão do Alagoas, mas os melhores e piores momentos da minha vida foram no Rio de Janeiro mesmo. Eu personificava a malandragem da época. Malandragem era um jeito esperto, "esguio", "ligeiro", de driblar os problemas da vida, a fome, a miséria, as tristezas, etc. Mas também cometi muitos excessos, fui por muitas vezes demais violento e, apesar de morrer e terem me transformado em herói, sei que não fui lá nem metade do que o povo diz_ dessa vez era Zé Pelintra quem perdia seu tradicional sorriso de canto de boca e dava vazão a sua angústia pessoal.

- Ooxx, tão vendo só, vocês tem muitas semelhanças, são heróis para o povo encarnado, mas, aqui, pesando os vossos atos, sabem que não foram tão bons assim. Todos têm senso de justiça e lealdade muito grande, mas acabaram por trilhar um caminho de dor e sangue que nunca levou e nunca levará a nada.

- É verdade, bem, acho que você não é tão ruim quanto eu pensava Zé. Todo mundo pode baixar as armas, de hoje em diante nós cangaceiros vamo respeitar Zé Pelintra, afinal, lutou e morreu pelos mesmos ideias e com a mesma angústia no coração que nós!

- O mesmo digo eu! Aonde Lampião precisar Zé Pelintra vai estar junto, pois eu posso ser malandro, mas não sou traíra e nem falso. Gostei de você, e quem é meu amigo eu acompanho até na morte.

- Oooooxxxxx! Hahahaha, mas até que enfim! Tamo começando a nos entender. Além do mais, é bom vocês dois estarem aqui, juntos com vossas falanges, porque eu queria conversar a respeito de uma coisa! Sabe o que é.

E Severino falou, falou e falou. Explicando que uma nova religião estava sendo fundada na Terra, por um tal de Caboclo das Sete Encruzilhadas, uma religião que ampararia todos os excluídos, os pobres, miseráveis e onde todo e qualquer espírito poderia se manifestar para a caridade. Explicou que o culto aos amados Pais e Mães Orixás que ele praticava quando estava encarnado iria se renovar, e eles estavam amparando e regendo todo o processo de formação da nova religião, a Umbanda.

- .é isso! Estamos precisando de pessoas com força de vontade, coragem, garra para trabalhar nas muitas linhas de Umbanda que serão formadas para prestar a caridade. E como eu fui convidado a participar, resolvi convidar vocês também! Que acham?

- Olha, eu já tenho uma experiência disso lá no culto a Jurema Sagrada, o Catimbó! Tô dentro, pode contar comigo! Eu, Zé Pelintra, vou estar presente nessa nova religião chamada Umbanda, afinal, se ela num tem preconceito em acolher um "negô" pobre, malandro e ignorante como eu, então nela e por ela eu vou trabalhar. E que os Orixás nos protejam!

- Bem, eu num sô homem de negar batalha não! Também vou tá junto de vocês, eu e todo o meu bando. Na força de "Padinho" Cícero e de todos os Orixás, que eu nem conheço quem são, mas já gosto deles assim mesmo.

E o que era pra transformar - se em uma batalha sangrenta acabou virando uma reunião de amigos. Nascia ali uma linha de Umbanda, apadrinhada pelo baiano "Severino da Bahia", pelo malandro mestre da Jurema "Zé Pelintra" e pelo temido cangaceiro "Lampião".

Junto deles vinham diversas falange. Com o malandro Zé Pelintra vinham os outros malandros lendários do Rio de Janeiro com seus nomes simbólicos: "Zé Navalha", "Sete Facadas", "Zé da Madrugada", "7 Navalhadas", "Zé da Lapa", "Nego da Lapa", entre muitos e muitos outros.

Junto com Lampião vinha a força do cangaço nordestino: Corisco, Maria Bonita, Jacinto, Raimundo, Cabeleira, Zé do Sertão, Sinhô Pereira, Xumbinho, Sabino, etc.

Severino trazia toda uma linha de mestres baianos e baianas: Zé do Coco, Zé da Lua, Simão do Bonfim, João do Coqueiro, Maria das Graças, Maria das Candeias, Maria Conga, vixi num acaba mais.

Em homenagem ao irmão Severino, o intermediador que evitou a guerra entre Zé Pelintra e Lampião, a linha foi batizada como "Linha dos Baianos", pois tanto Severino como seus principais amigos e colaboradores eram "Baianos".

E uma grande festa começou ao som do tambor, do pandeiro e da viola, pois nascia ali a linha mais alegre, mais divertida e "humana" da umbanda. Uma linha que iria acolher a qualquer um que quisesse lutar contra os abusos, contra a pobreza, a injustiça, as diferenças sociais, uma linha que teria na amizade e no companheirismo sua marca registrada. Uma linha de guerreiros, que um dia excederam - se na força, mas que hoje lutavam com as mesmas armas, agora guiados pela bandeira branca de Oxalá.

E, de repente, no meio da festa, raios, trovões e uma enorme tempestade começaram a cair. Era Iansã que abençoava todo aquele povo sofrido e batalhador, igualzinho ao povo brasileiro. A Deusa dos raios e dos ventos acolhia em seus braços todas aqueles espíritos, guerreiros como ela, que lutavam por mais igualdade e amor no nosso dia - dia.

E assim acaba a história que eu ouvi, diretamente de um preto-velho, um dia desses em Aruanda. Dizem que Zé Pelintra continua tendo uma queda por "Maria Bonita", mas deixou isso de lado devido ao respeito que tem pelo irmão Lampião. Falam, ainda, que no momento ele "namora" uma Pombagira, que conheceu quando começou a trabalhar dentro das linhas de umbanda. Por isso é que ele "baixa", às vezes, disfarçado de Exú.

"Oxente eu sou baiano, oxente baiano eu sou

Oxente eu sou baiano, baiano trabalhador

Venho junto de Corisco, Maria Bonita e Lampião

Trabalhar com Zé Pelintra

Pra ajudar os meus irmãos.!"

Pontos Cantados

Com seu chapéu de palha

E seu lenço no pescoço

Zé Pilintra veio a terra

E me deu boa noite moço




O Zé quando for na lagoa

Toma cuidado com o balanço da canoa

O Zé faça tudo o que quiser

Mas não machuque o coração dessa mulher




O Zé, Zé Pilintra enganador

Enganou a jovem com palavras de amor

Não foi eu, foi ela,

Foi ela quem me enganou

Eu passava ela dizia Zé Pilintra meu amor.




Seu Zé Pilintra não teve pai

Seu Zé Pilintra não teve mãe

Ele foi criado por Ogum Beira-Mar

Na fé de Zambi e de todos os Orixás




De terno branco

Seu punhal de aço puro

O seu ponto é seguro

Quando vem pra trabalhar

Segura o nêgo,

Que esse nêgo é Zé Pilintra

Na descida do morro ele vem trabalhar




Seu Zé Pilintra

Boêmio da madrugada

Na linha das almas

E também da encruzilhada




Tava em cima do muro

Fumando um bagulho

O moleque chegou

Vinha correndo e gritando

Sai daí Zé Pilintra

A polícia chegou

Deu pancadaria, deu confusão

Saí correndo,

Deixei meu bagulho no chão




Venha cá Seu Zé, venha me valer

Sem sua ajuda eu não posso viver

Ô Seu Zé, auê, o Seu Zé, auá

Ele vem aqui, não se esquece de voltar




Meu Senhor não maltrate esse nêgo

Esse nêgo caru me custou

Ele usa camisa listrada

Calça de veludo e anel de doutor

Esse nego é doutor, é sim senhor



Pontos Riscados

Ze Pelintra

Oferendas

Embora Zé Pilintra não seja um Exú, a liturgia do seu culto se aproxima muito deste, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por isso lhe são oferecidos padês de dendê, cachaça e charutos, maços de cigarros, farofa de linguiça num alguidar de barro com pequenos dados ou um baralho colocados por cima.

A oferenda mais comum no Catimbó é o cuscuz de peixe, bebida das folhas da jurema preta, milho, gengibre e rapadura, que, segundo dizem, têm qualidades afrodisíacas.

Segundo algumas culturas antigas, o quarto de lua também influencia a eficácia dos trabalhos e rituais. Portanto, deve-se observar os seguintes preceitos quando às oeferendas e despachos.

  • Quarto Minguante - Período próprio para o despachp das forças negativas e rituais de limpeza
  • Quarto Crescente - Fase indicada para o aumento das boas energias, tonificação do mental e espiritual.
  • Lua Cheia - Ideal para o incremento das energias positivas, crescimento e fortalecimento da segurança e aumento da prosperidade.
  • Lua Nova - O mais poderoso de todos os quartos de lua. É quando todas as potencialidades estão em um período neutro, podendo energizar tanto o lado benéfico como o maléfico das forças da natureza. Por ser um período de junção, este período é também o mais perigoso. Muito cuidado deve ser tomado nos trabalhos de magia neste período.

No catimbó, ainda existem outras oferendas típicas da cultura indígena, como a farofa de banana e uma bebida fermentada chamada cauim, feita de aguardente e ervas silvestres.

Maria Navalha

Maria Navalha

Nomes

  • Maria Navalha
  • Maria Navalhada
  • Maria Analha

Seu ilá é de guerra, pois vem por Oyá, mas não gosta de ser mandada. É vesga. Dança lindamente como uma mulata do olodum. Perigosa e verdadeira. Diz que nunca foi mãe, nem casada, nem teve casa.

Lendas

Uma pombagira pouco conhecida. No cais da Bahia, junto ao mercado modelo, onde os saveiros descarregavam frutas, cacau, fumo, viveu a pombagira Maria Navalha. Malandros, marinheiros cheirando a sal, vendederes de acarajé, capoeiristas, eram os seus companheiros. Ela usava uma saia estampada de chitão, uma blusa preta de babados, um chapéu negro prendendo seus cabelos vermelhos e dançava na roda de malandros.

Cai a noite e o amor. "áis" de amor se ouviam nos saveiros, nas ruas pobres de salvador. E lá estava ela, com sua navalha na liga, sua defesa de mulher-dama ( mulher que vendia o amor ) para os que não queriam pagar. Jovem pobre, feiticeira, freqüentadores dos cadomblés que enchiam as madrugadas com os sons dos atabaques, ela ganhava a vida pelo amor e pelo jogo de ronda. Companheira dos malandros, dos marujos, dos bambas das ladeiras do velho pelourinho, amante ardente e carinhosa, mas com gênio forte, ela ganhou o nome de Maria Navalha dos velhos eluôs baianos. Moça vinda do interior da Bahia, sozinha, fazia ela mesmo suas roupas e nunca deixava seu chapéu preto brilhoso. Amou coronéis de cacau, jogadores dos cassinos, marujos tatuados, mas seu grande amor foi o malandro Zé pelintra da meia-noite.

Hoje, baixa na linha de exu, perigosa pombagira malandra, carteia e faz ebós diferentes, não como a famosa Maria Padilha e Molambo. Mas não pense que ela é fraca. Força de magia, faz trabalhos costurados, com caco de vidros, bebe suas cervejas, fuma seus cigarros e quando chega na banda do templo de magia cigana traz uma alegria encrivel. Morreu há 55 anos e fala que no cais moram crianças abandonadas, bêbados, pretas com seus tabuleiros em X, pobres sem casa, carteadores, mulheres da noite.

Pontos Cantados

Ela é Maria navalha

Mora na beira do cais

É mulher de Zé malandro

Zé pelintra e outros mais




Eu vou beber

vou farriar

para a polícia me levar

eu moro em Casa Amarela

lá nas sete esncruzilhadas

e quem quizer saber meu nome

sou eu Maria Navalha.




Mulher de malandro tem nome

e se conhece pela saia

vara curta e onça brava

ela é maria navalha



Caboclo Sete Pedreiras

Seu Sete-Pedreiras em especial na sua incorporação é muito arcada e rude, andam arcado no chão sempre com suas pedras nas mãe, seu fio de contas sempre trazem pedras lascadas, todos espíritos desta falange trazem a justiça de Xangô a todo custo, por este motivo seus médiuns não são tão fáceis de ver pois se sua vida não for regrada rapidamente esses caboclos se afastam, poucos tem a dádiva de trabalhar com este guia de frente.

Nas consulatas são ríspidos e rudes, parecendo até mal educados, mas são diretos se rodeios falando a verdade mesmo que esta doa para quem ouve, sua consultas costumam ser rápidas e construtivas.

São ótimos no trabalho de tronqueira pois por serem grandes e robustos reprimem qualquer ação desordenada, trabalham só em casos que não vão de encontro com a lei espiritual, por isso deve-se ter muito cuidado ao invocar as entidades desta linha. Outros caboclos que trabalham com Seu Sete-Pedreiras são: Caboclo Sete-Montanhas, Sete-Cachoeiras, Cajá, Pele Dourada, Pedra Preta, Pedra Branca, Caboclo Guará, Caboclo do Fogo, Caboclo Fogueira, Caboclo Pedra Grande.

Características

Pontos Cantados

Por detrás daquela serra

Tem uma linda cachoeira

É de meu Pai Xangô

É de Xangô Sete Pedreiras

 

Por detrás daquela serra

Tem uma linda cachoeira

É de meu pai Xangô

Que arrebentou setes pedreiras




Na sua aldeia, lá no juremá

Tem o Caboclo Sete Pedreiras

Na lua nova lava as suas pedras

Embaixo das sete cachoeiras.




Seu juramento ele fez

Em cima da cachoeira

Foi ouvido por Xangô

Que lhe deu sete pedreiras

 

Sua lança é o raio

O seu brado é o trovão

Ele reina nas montanhas

A pedreira é seu chão

 

É justiceiro, é guerreiro, é Orixá|

Ele é Sete Pedreiras|

E seus filhos vem salvar



Pontos Riscados

Ponto Riscado Caboclo Sete Pedreiras

Livros

Inicialmente, uma rápida explicação quanto à confusão que alguns irmãos fazem, porque o Caboclo das Sete Encruzilhadas e o Exú Rei das Sete Encruzilhadas, são entidades que possuem nomes semelhantes ( são quase homônimos), porém trata-se de espíritos distintos, cada um deles trabalhando espiritualmente em seu nível vibratório. Ambos prestam grandes serviços para a melhoria e desenvolvimento dos espíritos encarnados. Ambos, estão em constante evolução, mas não existe qualquer relação de dependência entre eles.

Ao que se tem informação, é que o Caboclo das Sete Encruzilhadas,é um espírito muito antigo, já encarnado ao tempo da vinda do MESTRE JESUS à Terra e que na roda de suas encarnações, jamais apareceu no nível em que trabalham os nossos "compadres" Exus, como alguns, face à semelhança de nomes, tentam explicar.

Ao tempo do Brasil Colônia, mais precisamente no Estado do Rio de Janeiro, em uma localidade às margens do Rio Paraíba do Sul, chamada hoje de Barra do Piraí. Precisamente neste local, o rio atingia uma grande largura e o seu leito tomava um aspecto sinuoso, alí existia uma fazenda de diversas culturas, entre as quais e em maior escala,a do café e da cana-de-açucar. Tal propriedade, era administrada por uma família portuguêsa, que ao contrário de outras existentes nas proximidades, alí não era exigído o braço escravo. Os negros que lá trabalhavam, recebiam além da casa e alimentação, uma remuneração em moeda, por isso era a propriedade mais próspera do local, isto graças à forma de administração adotada por seus proprietários.Próximo dali, vivia uma tribo de indios da Nação Tupi-guarani, com os quais, os fazendeiros mantinham um excelente relacionamento.

O Chefe da tribo, era jovem e possuia uma razoável cultura,pois fôra alfabetizado na Capital, apaixonou-se por uma das filhas do fazendeiro, que correspondeu ao seua afeto vindo a casar-se com ele, contrariando os costumes de ambas as comunidades. Após a união, ela engravidou, tendo que viajar à Capital do Rio de Janeiro para tratamento médico, demorou-se algum tempo e ao regressar recebeu uma horrivel noticia : que um grupo de indios estranhos na localidade, de surprêsa, tentaram invadir a fazenda para saqueá-la,os fazendeiros pediram socorro e os guerreiros Tupi-Guarany, vieram, mas não puderam impedir que os pais da moça e seus irmãos fossem mortos. Na batalha, o chefe Tupi-guarany, seu marido,ficou gravemente ferido,vindo também a falecer em consequência.

Ao todo, sete pessoas foram assassinadas pela tribo invasora. E todos foram sepultados, em uma ilha situada no Rio Paraíba do Sul, dentro da fazenda. E a moça grávida, ùnica remanescente da família de fazendeiros, ia todas as tardes rezar na ilha, junto às sete cruzes que demarcavam os locais onde seus pais,irmãos e esposo foram sepultados.

Porém, em uma dessas tardes, em que rezava junto ao túmulo do esposo, sentiu-se em trabalho de parto e ali mesmo deu à luz a um menino, seu filho com o chefe Tupi-gurany, cujo corpo estava naquele local sepultado.

O menino cresceu cercado do imenso carinho de sua mãe e recebeu ensinamento proveniente de duas culturas: a cristã adotada por sua mãe e a outra orientada pelo Pagé da tribo de seu pai. Estudou na Capital do Estado e posteriormente na Côrte, recebendo instrução superior de Direito. Como advogado teve intensa atividade profissional em defesa de escravos nos Tribunais do Rio de Janeiro,que eram acusados de crimes pelos senhores escravagistas. Na qualidade de chefe de sua comunidade indígena, disfarçadamente, invadia as fazendas de regime escravo, libertando os cativos e colocando-os em local seguro. Na verdade ninguém conseguia identificar o chefe que comandava o grupo indígena libertador de escravos, ora ele se apresentava com o aspecto físico de indivíduo alto,ora baixo, as vezes gordo e outras vezes magro, cada ataque era comandado por uma pessoa diferente e assim ele conseguia se manter no anonimato, consequente a dupla personalidade. O seu verdadeiro nome era Caboclo das Sete Cruzes Ilhadas, por ter nascido no local onde existiam sete cruzes em uma ilha,porém o povo por corruptela o chamava de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, nome que ele adotou humildemente, até mesmo em sua vida espiritual. Tal nome ficou fixado pelo povo escravo, que o adorava, e quando o grupo surgia na estrada eles cantavam uma cançao que tinha a seguinte letra:

Lá vem, lá vem, bem longe na estrada,

Lá vem, lá vem, o Caboclo das Sete Encruzilhadas".

Pontos Riscados

Ponto Riscado Caboclo Sete Encruzilhadas

A caridade interpretada pelo coração (Ponto esotérico de Oxum), cortado pela flecha de Oxóssi. Ponto de reconhecimento desta entidade, que trabalha nas sete linhas da umbanda.

Saiba Mais

Referências

  • CASA BRANCA DE UMBANDA CABOCLO SETE ENCRUZILHADAS

Caboclo da linha de Xangô, uma entidade muito séria não tolera brincadeiras, falta de respeito e injustiças. Seu ponto de firmeza é nas cachoeiras, atua na linha de justiça, onde protege e ajuda os injustiçados e os inocentes, faz cumprir a lei divina da causa e efeito. Diz que se um filho esta sendo injustiçado, a justiça divina o ampara e não falha, da mesma forma ao contrário, implacavelmente a justiça divina será feita e a pedreira de Xangô cairá sobre ele.

Características

Arma pedras, uma machadinha de pedra, ponteiros marrom
Bebida Cerveja Preta
Fuma charutos
Indumentária Cocar de penas de cores variadas

Pontos Cantados

Ele vem de longe

da cidade da Jurema

Ele vem de longe

da cidade da Jurema

Ele é sete cachoeiras

e vem com ordem suprema




Ele vem de longe

Da cidade da Jurema

Ele é Sete Cachoeiras

E vem com ordem suprema




Xangô de ouro e ouro ô

Xangô me coroou

Filhos de pemba, a Umbanda chora

É Xangô que já vai embora

A Umbanda gira, gira, girê

A Umbanda gira, gira, gira, girá



Pontos Riscados

Ponto Riscado Caboclo Sete Cachoeiras

Pomba Gira das Almas

(Rusalkis) - Possui rara beleza, exala sensualidade, transmite segurança aqueles que por ela procura; é forte e determinada quando assume um trabalho, não deixando nada para depois; personalidade marcante, severa e disciplinadora, ao mesmo tempo em que é terna e doce. Sobressai muito seu lado passional, emocional, sentindo muito quando vê alguém aos frangalhos por causa de um relacionamento com desfeche ruim, auxiliando a pessoa de maneira inconfundível e decisiva neste aspecto.

Auxilia também de maneira marcante as mulheres que recorrem a ela com problemas de fertilidade ou de ordem sexual.

Da grande valor ao conceito família. Esta entidade recebe seus trabalhos, despachos ou oferendas tanto no Cruzeiro do cemitério, quanto nas encruzilhadas, isto dependera exclusivamente dela. Trabalha com os Exus da Linha da Almas, ela é uma das companheiras do Exu Tranca Ruas das Almas.

Apresenta-se esta entidade, sob a forma de uma linda mulher de estatura mediana-alta, magra, de cabelos e olhos negros, sendo seus cabelos compridos e muito lisos, enrolando apenas em suas extremidades.

Ela é também muito temperamental, procura saber tudo sobre o consulente antes de esboçar qualquer tipo de ajuda, contudo uma vez que entra em trabalho, ela não sai enquanto tudo não estiver direitinho, como ela diz: "Formoso"; ela vai ate o fim, e nunca ouvi se quer uma reclamação, o que ela promete cumpre e pontualmente.

Características

Guias Alternam a cor preta e branca
Habitat Cemitérios e Matagais

Pontos Riscados

Pomba Gira das Almas

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Artigo 5º:

(...)

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;;

(...)


VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;


Além de estar legalmente amparada, a Liberdade de culto deve ser entendida como um direito universal e uma forma de respeito à individualidade e à liberdade de escolha.

Por princípio, o Alcorão, a Cabala, a Bíblia, os fundamentos da Umbanda, a doutrina Espírita, o Xamanismo, a Maçonaria, o Budismo, a Rosa Cruz e tantas outras vertentes esotéricas, são partes do conhecimento Uno e têm a mesma intenção: conectar o Homem à energia criadora com a finalidade de despertar sua consciência.

Lei da Imprensa
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Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.
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